A Ilusão do Controle: Como a Visão Sistêmica Nos Ensina a Lidar com o Inesperado
- Tainar Undália
- 18 de mar.
- 2 min de leitura
Muitas vezes, acreditamos que temos controle sobre nossas relações – seja no casal, seja com os filhos. Tentamos moldar comportamentos, evitar erros e garantir que tudo aconteça conforme nossas expectativas. No entanto, a visão sistêmica nos ensina que essa busca pelo controle absoluto é ilusória e pode gerar sofrimento.

Quando buscamos controlar o outro, estamos na verdade tentando lidar com nossos próprios medos e inseguranças. Mas será que o controle nos protege do inesperado ou apenas nos afasta da verdadeira conexão?
O Controle Nos Relacionamentos de Casal
Em um relacionamento amoroso, o desejo de controle pode se manifestar de várias formas:
Querer que o outro pense e aja como esperamos, sem considerar sua individualidade.
Tentar mudar o parceiro, acreditando que sabemos o que é melhor para ele.
Criar regras rígidas para evitar conflitos, o que pode sufocar a espontaneidade da relação.
Na visão sistêmica, um casal é formado por dois indivíduos com histórias, padrões e heranças familiares diferentes. Quando um tenta dominar o outro, o equilíbrio se rompe, e a relação perde sua naturalidade.
Ao invés de tentar controlar, podemos aprender a confiar no fluxo do relacionamento. Isso significa aceitar que o outro tem sua própria jornada e que os desafios fazem parte da construção conjunta. Quando abandonamos o controle, abrimos espaço para a cumplicidade e o respeito genuíno.
O Controle Nos Relacionamentos Com os Filhos
Com os filhos, a ilusão do controle se torna ainda mais evidente. Buscamos protegê-los de frustrações, erros e dores. Criamos expectativas sobre quem eles devem ser, quais caminhos devem seguir e como devem se comportar. Mas será que isso realmente os fortalece?
A visão sistêmica nos lembra que os filhos não são uma extensão dos pais – eles são indivíduos com sua própria essência e destino. Quando tentamos controlá-los excessivamente, podemos criar dois efeitos prejudiciais:
Filhos que se tornam submissos, incapazes de tomar decisões e inseguros sobre si mesmos.
Filhos que se rebelam, buscando se libertar da imposição parental a qualquer custo.
Nenhum desses caminhos leva ao equilíbrio. O desafio é oferecer estrutura e valores sem impedir que a criança ou o adolescente vivencie suas próprias experiências. Isso significa confiar em sua capacidade de aprender com os erros e crescer a partir deles.
A Solução Sistêmica: Confiar no Fluxo da Vida
A visão sistêmica nos ensina que, ao invés de controlar, devemos aprender a confiar. Isso não significa ser passivo ou negligente, mas sim compreender que cada pessoa tem um caminho próprio a seguir.
Nos relacionamentos amorosos, isso se traduz em aceitar o outro como ele é, sem a necessidade de moldá-lo. No papel de pais, significa oferecer suporte e amor, mas permitindo que os filhos se desenvolvam a partir de suas próprias escolhas.
Quando soltamos o controle, nos abrimos para o inesperado – e é justamente nesse espaço que surgem os aprendizados mais profundos e as conexões mais autênticas.
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