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Evitação na Lente da Psicanálise: Quando Fugir Torna-se um Sintoma

A evitação é um mecanismo psicológico amplamente discutido na psicanálise. Trata-se da tentativa inconsciente de escapar de situações, sentimentos ou pensamentos que despertam angústia.



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Embora em algumas circunstâncias a evitação possa parecer funcional, quando se torna um padrão recorrente, revela um sintoma mais profundo que merece atenção.

Na teoria psicanalítica, a evitação pode ser entendida como uma forma de recalque ou repressão. Freud descreveu como, diante de conteúdos psíquicos dolorosos, a mente pode empurrá-los para o inconsciente, impedindo que cheguem à consciência. No entanto, esse bloqueio não os elimina; ao contrário, esses conteúdos retornam de formas variadas, como sintomas físicos, ansiedades ou comportamentos compulsivos.

Tipos de Evitação e Seus Impactos

  1. Evitação Emocional:

    • A pessoa foge de sentimentos desconfortáveis, como tristeza, raiva ou culpa, reprimindo-os ou distraindo-se excessivamente.

    • Pode resultar em dificuldades nos relacionamentos e na incapacidade de lidar com situações desafiadoras.

  2. Evitação Comportamental:

    • O indivíduo evita pessoas, lugares ou experiências que possam gerar sofrimento psíquico.

    • Essa estratégia pode limitar a vida do sujeito, restringindo oportunidades de crescimento.

  3. Evitação Cognitiva:

    • Ocorre quando há uma recusa inconsciente em refletir sobre questões internas, o que impede o autoconhecimento.

    • Pode gerar dificuldades na elaboração de traumas e conflitos.

O Inconsciente e a Necessidade de Enfrentamento

Evitar não resolve o problema, apenas o desloca para outra área da vida. O que foi reprimido retorna de outras formas, muitas vezes mais angustiantes. O trabalho terapêutico consiste em trazer para a consciência aquilo que foi evitado, permitindo a elaboração e ressignificação dos conflitos internos.

Através da associação livre, da interpretação dos sonhos e da análise do discurso, o paciente pode se aproximar dos conteúdos inconscientes e compreendê-los. Ao enfrentar aquilo que teme, ele se fortalece e se liberta dos padrões de evitação.


Como Romper com o Círculo Vicioso da Evitação?

  1. Reconhecer o Padrão: Observar os momentos em que a evitação acontece já é um grande passo para ressignificá-la.

  2. Explorar os Medos: Perguntar-se "O que estou evitando?" pode trazer à tona aspectos psíquicos que precisam de atenção.

  3. Buscar Ajuda Terapêutica: Um analista pode ajudar a acessar e elaborar conteúdos inconscientes que sustentam o padrão evitativo.

  4. Praticar o Enfrentamento Gradual: Pequenos enfrentamentos diários, sem pressão excessiva, ajudam na construção de uma maior tolerância à angústia.


A evitação é uma tentativa de lidar com o sofrimento, mas, ao longo do tempo, torna-se um obstáculo ao crescimento emocional. A psicanálise nos convida a enfrentar aquilo que evitamos, não como uma imposição, mas como uma jornada rumo à integração e ao autoconhecimento. Afinal, o que evitamos pode ser exatamente aquilo que precisamos compreender para nos libertarmos.



 
 
 

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